OUTRA DA CHICO MENDES

Fiquei de recuperação com mais 3 colegas em Agricultura 3. O professor, por algum motivo, nos levou à fazenda dele e fez a seguinte proposta:

-Os minino, aí no meio da plantação de cacau tem somente um pé com vassoura de bruxa. Se vocês acharem esse pé de cacau, é 10 pra todo mundo. São só 6 hectares (!), os menino. Vão procurar, quando eu voltar quero ver se vocês acharam!

Então ele foi cuidar da fazenda e nós fomos pro meio da plantação. Nos reunimos e tomamos as seguintes decisões:

Decisão Nº 1: ninguém iria andar que nem condenado na plantação de cacau dele atrás de 1 só cacaueiro infectado!

Decisão Nº 2: quando ele voltasse, iríamos elogiar a fazenda dele e talz, de forma que ele ficasse convencido de que não tinha nenhum pé de cacau infectado.

Decisão Nº 3: entrar na plantação de abacaxi e detonar alguns quilos. Acho q cada um "traçou" vários quilos (kkkkkkkkkkk). Ficamos com a boca ferida de tanto chupar abacaxi.

Quando o professor voltou, perguntou se havíamos encontrado o "dito-cujo". Aí veio a engabelação:

-Professor, que fazenda bem cuidada. Fizemos a "prospecção de forma sistemática" (tinha que falar em termos técnicos) e não encontramos sequer 1 pé infectado. Sua fazenda é um exemplo de cuidado e produtividade! Além do mais, professor, vassoura de bruxa é disseminada por esporos. Se houvesse foco aqui, a infecção seria numa área e não num indivíduo. O senhor está  de parabéns. Se houver esse pé de cacau infectado, gostaríamos de vê-lo e extrair-lhe os lançamentos defeituosos."

-Os minino, que bom que vocês fizeram uma prospecção sistemática. Mas num tem nenhum pé de cacau infectado não. Essa fazenda eu cuido demais. Vamos pra casa!

O carro do cara, na volta, estava L O T A D O,  de abacaxi. E nós em cima desse carro olhando pros abacaxis com cara de nojo.

Quando chegamos no ponto final, ele disse:

-Vou dar 10 pra todo mundo. Vocês provaram que sabiam o que estavam falando e fazendo! Toma aí um abacaxi pra cada um levar pra casa...

O TESTEMUNHO

Nós fumávamos maconha juntos todo dia.

Mas um dia, depois dele sair torto de tanto beck, eu nem viajei que ele pudesse ter algum problema pilotando aquela moto velha.

Quando fiquei sabendo, foi que a morte foi instantânea. Acho que ele deve estar viajando até agora enquanto pilota a moto. Nem viu a hora que morreu...

A polícia confirmou que ele provocou o acidente que o levou à morte. Descobriram que ele estava drogado.

Alguns dias depois, fumando uma bomba e lembrando da falta que o meu amigo fazia, comecei a sentir uma "Ventania" gelada, que trazia pequenos pedaços de seda. Do céu, caía uma chuva de folhas de maconha. Um redemoinho de palitos de fósforos começou a girar ao meu redor. Fiquei com medo daquela onda e encostei num muro. Depois percebi que o muro era um riscador de uma "grande caixinha de fósforo". E o redemoinho começou a se acender no muro, enquanto a ventania de seda se transformava em vários fininhos com as folhas de maconha que caiam do céu. E os fininhos se acendiam no redemoinho de fósforos, surgindo uma fumaça que me deixou rindo sem saber do quê.

Foi nesse instante em que meu amigo apareceu, com um penteado que nunca havia usado antes, todo de dreads e, fazendo toda aquela fumaça entrar e sair por sua boca. E me disse assim: "-Don´t worry! Estou na tribo de Jah. Ele me chamou e quer você aqui dentro de 2 dias! Relaxe, cause every little thing is gonna be alright!"

Acordei caído num jardim, no meio de uma chuva de verdade, com um vento frio de verdade. Resolvi procurar meu "Ponto de Equilíbrio". Saí dessa vida de maconheiro, busquei a Deus, que não me quer por lá em 2 dias. Mas me quer prestando esse testemunho da minha salvação pra vocês meus irmãos até o fim da vida que Ele me deu. ALELUIA!

Depois desse testemunho, ele saiu com sua equipe de crentes pra tomar umas biritas junto com algumas vorazes garotas de programa, se sentindo bem porque achou que tinha dado um testemunho de como as drogas são um caminho errado e Deus é o caminho certo. O que ele não calculou é que mais da metade da igreja ficou na instiga de passar por uma viagem dessas...

5 MINUTOS NA MESA DO BAR

Eu e Léo (Leandro José), meu amigo superdesenhista, bebendo após a derrota do Brasil na Copa 2010.

Eu querendo que ele produza mais. Ele querendo que eu o deixe em paz. Em 5 minutos e 1 única garrafa de cerveja ele me sai com essa:

Tenho mais coisas do Léo. E vou publicar. Ele ainda me prometeu mais outros desenhos e novas historinhas.

O Fagner (www.jotafagner.net), também tem mais coisas do Léo. Gostaria que ele publicasse...

SAMBA DE ORLY

Se vocês escutassem agora o samba de orly, iam achar que era a música perfeita pra esse final de copa...
observem bem:

QUE TIME É TEU?

Foi o vento...

Aqui na Bahia existe uma coisa muito interessante sobre o futebol: a grande maioria das pessoas que gostam desse esporte, torcem por dois times. Isso não é comum nos estados das regiões sudeste e sul. Eu acho.

Acontece que fomos muito influenciados pelas transmissões de jogos via rádio globo. Aí, todo mundo acabou torcendo pros times do Rio de Janeiro. Como quase todos aqui na Bahia, também, tenho muitos parentes e amigos que foram morar em São Paulo. Me lembro que todos eles torcem pra times desse estado. Tenho dois amigos que são palmeirenses desde que desembarcaram em São Paulo... Que coisa não? Gosto é um negócio estranho.

Torcer pra UM time daqui da Bahia é coisa rara. Quase todo mundo que torce pro Vitória (Vicetória) é também torcedor do flamengo, por exemplo.

Mas, o que me fez lançar este post é o fato de que algumas pessoas não entendem porque que sou torcedor do Bahia (Esquadrão de Aço) e do Vasco (Gigante da Colina). Como eu disse, gosto é uma coisa estranha. Que bom que o meu é muito ótimo!

A simpatia pelo Vasco começou com a influência paterna. Mas meu pai já parou de torcer por qualquer esporte. Além do mais, um primo me disse que a torcida do flamengo era a maior do Brasil, tinha mais gente pra ser sacaneado. E aí vem aquelas piadinhas já clássicas tipo: "qual o menor circo do mundo? A camisa do flamengo! por que só cabe um palhaço." Na verdade, a melhor coisa no futebol, pra mim, é só a bagunça que fazemos com os amigos. Muito embora, nesta última década, meus dois times só tenham servido de saco de pancada.

Já o Bahia eu vi ser campeão brasileiro! E o Vicetória eu vi ser vice do brasileiro! Rá, rá, rá, rá, rá! Aí dá pra ver como me tornei um torcedor com um gosto tão indiscutível né. É o mês da copa. Todo mundo está falando de futebol. Estamos todos ansiosos pelo dia 15. É o mês do grande momento.

E, retomando o título deste post, pra terminá-lo rimando com a primeira frase, como manda a brincadeira, e, ainda, pra deixar bastante claro praqueles que não gostaram de alguma coisa que eu tenha escrito aqui:

... quem te lascou foi o jumento!

Sobre as imagens: dizem que o Carlos Bianchi parece com o Professor Aéreo e com o Sr. Burns. Eu concordo que seja com o Professor Aéreo. Aí vêm o Grafite (kkkkkkkk), Pato, Dunga, Neimar, Ganso e Nero "O Imperador". Sacaneei né? Hehehehehehehehe

DE QUE VALE?

Eu não sei como cheguei lá.

De repente, eu estava na quadra da escola e eles me informavam que a missão estava cumprida.

E eu disse NÃO! Quero continuar aqui. E eles apareceram no meio daquela festinha no terraço.

E questionaram sobre se valia a pena contiuar aqui.

E eu disse SIM!

Você está sendo descoberto.

Tudo bem. Acho que consigo manter isso até o fim.

Pode durar muito.

Tudo bem.

Vai perder tudo o que poderia ter?

Não aprenderam nada?

Vamos lhe mostrar em breve o que aprendemos.

Eu não sei como cheguei lá.

De repente, eu estava no morro do outro lado da cidade.

E no morro mais alto, os vi dando uma amostra do que aprenderam comigo.

E, de onde estava, vi o desespero e o fim de todos.

E, quando via meu fim se aproximar lentamente, pensava no "por quê" de tudo.

Então, eu ainda estava lá. Sentado numa cama. E todos também estavam. Alheios.

E eles me perguntaram. Entendeu?

Sim. Mas ainda fico.

Adeus.

Hoje estou aqui. Todos me acham estranho. Têm medo de mim. Nem sabem porque.

E todos que têm medo, também sentem que devem me proteger. Sem saber porque.

E todos veem que me temem e me amam. Sem uma explicação racional.

Eu sou seu fim. E estou desamparado. Entre todos.

A natureza que foi deixada pra trás ainda fala sussurrante em seus ouvidos. Revela o que é importante mas não praticável. Sua alma protetora é o que me acolhe e que os salva. Mas ainda assim, é indizível. Pra sua própria perpetuação.

E continuo aqui. Como todos. Sem os meus. Incitando a desconfiança natural. Aquecendo a proteção grata.

Fazendo o que todos fazem. Encenando o que todos precisam ver. Ainda que mal. Evitando o que nem sabem. Mas, não estarei aqui sempre. Nem há, ou haverão outros como eu. Entre os meus, não se comentem erros. Se aqui estou, tudo foi calculado. Ainda ensino sem ensinar. Ainda escuto, sem parar de falar. Ainda sinto compaixão sem ter como explicar. Ainda desejo voltar...

QUEIMEI A LÍNGUA!

No post de setembro de 2009, intitulado "fiquei viajando" (http://tastartoorian.blogspot.com/2009/09/fiquei-viajando.html), falei que os deputados não aprovariam a lei do "ficha limpa". Pois não é que queimei a língua? Nem só aprovaram, como o senado aprovou, como já há uma "pressão" por parte de algumas instituições, como a OAB, para que a lei entre em vigor já nessas próximas eleições.
Puxa, mas eu não queria mais falar de política nesse blog. Já tem gente boa demais fazendo isso. Mas, pra o blog não ficar pequeno demais ou sem nenhuma "tirada", vou escrever mais um pouco (kkkkkkk).
"Vale a pena ver de novo" o texto supracitado. Os comentários do pessoal também estão muito bem "colocados". Eu ainda sou um pouco como Quitéria, aquela égua do livro "A revolução dos bichos". Apesar dessa coisa fantástica que aconteceu no Brasil, que foi a aprovação dessa lei, o "resto" não mudou. Eu estou vendo essa lei passar com algumas "backdoors" - saída pelos fundos - pra que alguns políticos possam estar no poder ainda que já estejam, judicialmente falando, na merda.
Ainda penso que votamos em empresários. Principais interessados em manipular o poder legislativo e executivo em favor próprio. Ainda penso que a educação, cidadania, saúde, segurança e outras coisas da nossa vida continuarão prejudicadas por essa nossa cultura.
O que eu não consigo entender é que esses caras estejam dando esse "tiro no pé". Falta agora o poder judiciário não formar devidamente o tal "colegiado" pra tornar inelegível essas figuras em todas as infinitas oportunidades que eles vão dar. Com um pouco de grana, isso se consegue. Eu acho. No meu fantástico mundo isso acontece. Não sei aí no mundo real...
Porra, como eu gostaria que o Ricardo Boechat pudesse lembrar que falou que essa lei não passaria nunca e que me inspirou a escrever o post de setembro. Só pra ele me ajudar a fazer essa cara de besta que ando fazendo com esse revés do meu pessimismo.
Bem, essa lei já passou, será que agora teremos algum deputado federal que leve à frente aquela campanha que lancei aqui? O mundo real está tão fantástico, que é capaz de aparecer alguém que ache minha idéia boa de alguma forma. Pra quem não sabe do que estou falando, está aqui ó: (http://tastartoorian.blogspot.com/2009/08/precisa-se-de-um-deputado-federal.html). Na verdade, eu já ri muito, sozinho, imaginando alguma mulher mostrando a identidade cheia de orgulho, pensando: "se ele me achar feia eu processo!"
Eu gostaria na verdade de queimar a língua com outras coisas. Por exemplo: gostaria de não ter pedras nos rins; que as ruas de Gandu não fossem uma espécie de pista dos sonhos pra quem faz mountain bike; gostaria que a saúde em Ipiaú fosse referência (de algo bom, claro); que o axé, brega, pagode e samba da Bahia tivessem um pouco mais de "classe".
Só que isso não transformaria o meu mundo em fantástico: o tornaria o mundo dos sonhos.
Mas, começar com "vergonha na cara" na política já tá de bom tamanho...

EU SEI QUE SOU CHATO...

...como diria o Nestor.

Mas esse é o meu objetivo aki entre outros: usar o mau-humor como humor!

O fato é que Kleide me ironizou ao chegar em Ipiaú e ver as ruas todas destruídas pelo sistema de esgoto atual. Quando eu digo "sistema de esgoto atual" e não "novo sistema de esgoto", é pelo fato de que todo ano temos ruas e passeios quebrados e esburacados por causa de um sistema de esgoto que está em implantação no momento. TODO ANO! Por isso, no meu último post detonei o trânsito e as ruas em Gandu. E ela me ironizou ao chegar em Ipiaú e ver as ruas como se tivessem passado por um ataque de napalm.

Resolvi então ajudá-la a ampliar essa ironia! Eu sou provocador. Sei provocar até a mim mesmo (kkkkkkkkkk). Mas o melhor a ser criticado em Ipiaú, não é o trânsito ou as ruas sempre em estado de graça. Tenho uma dolorosa "melhor lembrança".

Quando Kleide e eu resolvemos casar, logo resolvemos que teríamos filhos. Fomos, antes de mais nada, procurar um profissional que nos deixasse seguros sobre os passos a serem tomados pra que uma criança viesse com saúde ao mundo. Rolou aí um teste de compatibilidade de sangue, umas vacinas, vários procedimentos. Sem falar no delicioso "treino". Além do mais, já tínhamos um bom plano de saúde. Quem começa a vida de um outro ser dessa forma nos dias de hoje? Muito pouca gente! Então, claro, tudo daria muito mais certo do que pra muita gente.

Queríamos que o parto fosse normal e tudo ia correndo bem pra que assim fosse...

Mas, tudo ocorreu como em um filme americano: tava indo tudo bem até que algum nó dá "gosto" ao filme...

Mais ou menos 15 dias antes de Larissa nascer, achei de cair de uma moto a 30 Km/h (é, eu sei... foi burrice minha... não de andar de moto, claro, mas de ter caído de uma forma tão "besta"). Fomos a um médico que me disse que eu tinha fraturado a clavícula. Passei uma noite de dor e raiva por ter quebrado um osso pela primeira vez na vida. Um exame no dia seguinte mostrou que eu não tinha osso nenhum quebrado. "A DOR FOI PSICOLÓGICA!" Dá pra acreditar nisso? E o tanto de injeção e remédios que utilizei? Sacanagem!

Depois de alguns dias, Larissa rompeu a bolsa + ou - às 10 da noite. Entramos em contato com a clínica onde fazíamos o pré-natal e com a médica. O parto só foi realizado 12 horas depois! E não foi normal... Logo depois, uma infecção muito louca acometeu a Kleide e Larissa. Kleide chegou a ter q tomar sangue, que não existia em Ipiaú. Teve que ser "buscado às pressas" em Jequié. Larissa se recuperou mais rápido. Kleide ainda passou mais tempo de molho na clínica. Depois disso, soubemos por outros profissionais da área que o caso de Kleide foi motivo de estudo e preocupação de todos. E, até hoje, não sabemos de nada que levou a tamanho estrago. Pensem aí: são 2 casos em que a saúde em Ipiaú, por melhor que estejamos protegidos por um bom plano de saúde, não evitou que tenhamos sido vitimados por alguma coisa de fundo "profissional". Mas tem ainda um 3º caso.

Algum tempo depois, após 12 garrafas de cerveja, bebidas sozinho, sentado em frente ao computador, enchendo a paciência do povo do chat, fui dormir e acordei sentindo dores no abdômen e urinando sangue.

Descobrimos uma pedrinha de 2,1 cm que tinha "entupido" meu ureter. Fui à clínica. Fiquei internado. ME deram muito soro e me poram em "dieta zero". Me liberaram pela manhã. Retornei à tarde. Senti dores incríveis no meio do caminho deste parágrafo. Até que um médico me mandou a uma clínica em Salvador (quase 400 Km de Ipiaú). Ele sabia que eu não podia ficar fora da internação. Mas, acabei indo de carro, bebendo muito líquido (você é doido é? você está com o ureter entupido seu maluco! o médico não te falou isso naum?). Mas o médico não me disse que eu teria problemas em beber muito líquido e nem que a clínica à qual me dirigia não internava. Fui parar quase desmaiado de dor na emergência de um hospital de Salvador, onde fui internado, examinado e cirurgiado às pressas.

Eu penso que, quando uma coisa ruim lhe acontece, isso se chama "acidente". Quando a mesma coisa lhe acontece, chama-se "coincidência". Mas, se acontece uma terceira vez, isso é "SACANAGEM".

De lá pra cá, falei com Kleide que, se eu passar por alguma emergência médica, que eu seja levado com urgência pra Itabuna ou Salvador. Nada desses interiores escrotos! E, farei o mesmo por ela ou Larissa.

Tenho medo até de comprar uma aspirina em locais tão "ermos" (em termos de saúde) como Ipiaú.

Bem, se é pra sacanear, vamos sacanear direito. Passo por terríveis experiências de trânsito em Gandu e fiz um post sobre isso. Passei por terríveis experiências com a minha saúde e com a da minha família em ipiaú, o que mereceu este post.

Agora, Kleide está novamente grávida e estamos fazendo pré-natal em Santo Antônio de Jesus. É menos mau (espero!). Mas, pelo menos, esse novo ser que está se aprontando pra chegar está em um lugar com mais recursos e "moral" do que uma Ipiaú ou Gandu.

Entendam: só tenho contra os profissionais da saúde de ipiaú ou de qualquer outro lugar, a experiência que tive com eles. Não entendo nada do ramo da saúde. Não tenho como refutar nada que outra pessoa diga para o bem ou como apoiar o que disserem para o mal destes mesmos profissionais. Só penso que, estou traumatizado com o que eu e minha família passamos. E, só pra sacanagem ser um pouquinho melhor, minha pedrinha no rim já cresceu de novo (já falei isso no post anterior) e já estou indo me tratar em Salvador antes que eu tenha que passar inutilmente por outra emergência médica.

Sei que estou sendo chato, mas fazer o que né? A verdade tem que ser dita, ainda que seja só a minha...

NÃO RESISTI...

Eu disse que não iria meter bomba em Gandu né?

Então, estou queimando a língua neste momento!

Que eu tenho a melhor internet da cidade que me oferece 64 kbp/s por R$ 50,00  - e a velocidade final não passa dos 50 - isso vocês já sabem.

Que aqui eu não tenho cinema, teatro, praia, shows, competições esportivas e outras opções de entretenimento que não "bares", vocês também já sabem.

Que a minha parabólica está quebrada e quebrando desde que eu vim morar aqui e por isso, nem conto com televisão, vocês provavelmente já riram.

Mas, não resisti ao fato de ter que falar das condições de trânsito na cidade... que por sinal, vocês provavelmente lembram que eu disse que não queria escrachar por parecer um traço "cultural" da cidade.

Mas, há uma semana, aconteceu uma coisa incrível no trânsito de Gandu!

O caso foi: atropelaram meu colega de trabalho!

E o cara ainda estava na calçada! Foi arrastado pelo carro! 

Quem lê um poukinho só esse blog deve lembrar que falo muito que as pessoas de Gandu só andam no meio da rua!

E o cara foi atropelado na calçada!!! Puta merda!

Olha, o visual básico de uma rua em Gandu é assim: uma ladeira toda irregular, cheia de buracos e de quebra-molas, lotado de gente andando pelo meio como se pudessem dar um peido e empenar um carro que vem em sua direção.

Mas o interessante é: HOUVE UM ATROPELAMENTO EM GANDU!

Vocês devem imaginar que uma pessoa que estudou as leis de trânsito fique muito chateada ao ver outras pessoas desrespeitando essa lei enquanto essa pessoa segue-as tão bem, né?

Então: todo dia eu fecho um motoclista. No dia que eu não fecho um, volto pra casa sentindo um vazio no pedal da embreagem... não aguento ver um motociclista me ultrapassar pela direita que fecho-o alegremente, assim como dizem que o Paulo Maluf faz quando transfere dinheiro público para suas contas em paraísos fiscais. Mas eu não sei qual é a do Maluf...

Todo dia também paro o carro no meio da rua (várias vezes ao dia), pra esperar os pedestres quererem sair de lá. Bem, temos que incomodar os pedestres, essas vacas hindus, porque Gandu não tem calçadas largas e regulares por onde a gente possa transitar sem incomodar os pedestres ganduenses no habitat natural deles.

Como é que a gente fica nisso tudo? Acostumado! Claro! Já parei de dar sinal em Gandu. Não uso mais as setas. Em 5 pesquisas que eu fiz de pessoas que, porventura, estavam com suas setas ligadas, percebi que 4 delas estavam com seta ligada como quem esbarrou naquela hastezinha ali atrás do voltante. No outro, nenhum dos outros 4 "botava fé"...

E, se for um motociclista então, aí é batata: se a seta está ligada, é porque ele nem sabe como conseguiu esta proeza!

No mais, pra quebrar um pouco desse papo, tenho uma notícia boa e outra ruim sobre a minha pessoa:

- A ruim: aquela pedrinha no rim cresceu, apareceu e começou a dar show. Pra quem não sabe, a dor no rim provocada por uma pedrinha é tanto quanto a dor do parto pra quem sabe o que é isso...

- A boa: o médico disse que posso continuar bebendo cerveja...

Mas aquele meu colega atropelado está bem. E o motorista continua dirigindo...

Acham que a combinação entre a minha "boa notícia" e o resto do post destoam por causa da campanha "se for dirigir não beba"? Pior é ser burro o suficiente pra ultrapassar pela direita, ficar panguando no meio da rua e atropelar incautos em cima da calçada! Então, se for dirigir, não beba. Se for beber, me chame. E, se tentar me passar pela direita, eu F E C H O ...

Domingo de Ressaca

Apertou um botão. Nada...

Apertou outro botão. Nada...

Apertou mais um botão. Nada...

A música continuava tocando com um breve interevalo pra um som esquisito e estranhamente incômodo como um sino de igreja às 7 da manhã de um domingo quando se está de ressaca.

Bem, como não tinha nada o que fazer, resolveu apertar mais botões, por puro exercício da extrema falta do que fazer.

Resolveu tentar se lembrar de quantos sinos já teria escutado. Um sino o fez perder as contas. E já se lembrava de uns 50 sinos. Tentou recomeçar a contagem e foi interrompido no 49. Percebeu que pensava em velocidade tal, que, quando chegasse em + ou - 50, o sino tocava de novo. Isso significava que o sino tocava de dez em dez minutos. Nossa, tentar se lembrar é difícil. Foi a única conclusão do dia. O sino não permitiu que concluísse mais nada.

Bem, algum maníaco do tipo o Jigsaw estava fazendo algum teste de paciência. Ficou imaginando o que faria consigo mesmo quando a vontade de ir ao banheiro e o sino o estivessem enlouquecido irreversivelmente.

Lambeu o próprio braço. "- É, acho que eu não me comeria não. No máximo... [PPPPIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMM] porra, esqueci...

Questionou-se como teria ido parar ali. Ah, deve ter sido quando [PPPPIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMM] porra, do que eu tava falando mesmo?

Tentou acompanhar a música que estava passando, tamborilando entre os botões. Quando descobriu o ritmo certo [PPPPIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMM]... e acertou o pulso de uma mão no dedão da outra.

Começou a gritar histericamente por ajuda e [PPPPIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMM], reagiu como uma criança birrenta.

Resolveu que iria correr com toda velocidade possível e bater a cabeça na parede antes do próximo sino e...

- Acorda doido. Tava sonhando com mulher pelada foi? O rádio-relógio tá tocando tem uns 10 minutos.

- O quarto branco do Big Brother me deu pesadelos...

28 DIAS

Eu gostaria que minha criatividade fosse como menstruação e viesse ao menos 1 vez a cada 28 dias.
Mas esse mês foi pequeno. Num rolou nada digno de nota. Acho que vocês não iam querer saber que me enjoei dos bares por causa do lobo mau e do rebolation. Nem que eu voei do mesmo quebra-molas 2 vezes. Nem querem saber que eu fico zapeando a TV e não consigo achar nada que preste. No máximo vocês iriam dar uma risadinha de Monalisa pro fato de que, um dia, zapeando a TV, vi um programa com o Pastor Silas Malafaia. Dei risada pra caraio da forma com a qual ele prega. Além do mais, ele parece com o Golias.
Enfim: não tenho nada a declarar por este mês. Talvez, Fagner dissesse "Ah, bom!" por saber que eu gostei dos filmes Besouro e Avatar. O Rafael Neves se morderia de ciúmes disso... kkkkkkkkkk
Talvez, Nestor fosse dizer: "é não li seu blog porque já começou o semestre, mas, mesmo assim, Salvador está tão parada que também estou sem assunto pra por no blog..."
Eu andei pensando várias coisas. Dei muita risada das coisas que as pessoas fazem. Até achei que fosse postar muita coisa aqui. Mas, no final, não permiti que nenhum dos meus textos fosse publicado porque não passaram no meu próprio padrão de qualidade.
Confesso até que pensei em dar um ponto final a este blog. Tipo assim: publicar algo dizendo que eu não iria publicar mais. Seria mais legal do que simplesmente abandoná-lo (como o Nestor faz).
Pensei em usar minha velha agenda também pra encher linguiça aqui.
Resumindo: sem uma vida cultural ativa, mesmo as coisas mais inusitadas que vejo todos os dias, se transformam em coisas desinteressantes pra serem sacaneadas em um blog.
Por exemplo: eu nem tenho jeito pra falar mal de Gandu, cidade onde vivo. Aqui nasce um quebra-molas por noite. Se uma rua tiver mais de 30 metros sem um quebra-molas, pode ter certeza: ele nascerá! A cidade tá virando o sonho de consumo dos atletas da BMX! Mas isso deve ser cultural e não algo que se possa falar mal.
De política? Não dá pra concorrer com tanta gente. Além do mais, a maioria dos críticos de política estão ganhando pra isso. Eu não. Crítico de arte, cinema, música, TV, futebol? Não dá. Não tenho quase nada disso (incluindo TV). E o Bahia anda um timinho muito descarado... (Estou olhando pro rabo antes de falar dos outros macacos)
Fica aí o pedido de desculpas pra quem fica de olho neste blog (umas 3 ou 4 pessoas).
E pra não dizerem que não saí com nenhuma tirada bem ao meu tipo, vou dizer assim pra todos: vou ser pai de novo!
E tenho dito...

COISAS DA BAHIA...

Neste exato momento, está passando na tv um show com a banda Pisirico (nem sei se o nome da banda escreve assim - nem tô a fim de saber) e Ivete Sangalo. Enquanto escrevo este post, estão tocando uma música onde se repete o tempo todo (característica única das músicas desse estilo na Bahia) o verso "vou te comer, vou te comer, vou te comer, vou te comer" (é isso mesmo: como se não bastasse que cada verso é repetido centenas de vezes, o próprio verso é composto de palavras repetidas). Bem, me parece, que a música (?) é inspirada no conto da carochinha da Chapeuzinho Vermelho. Em contra-partida, me lembrei automaticamente da música "Gigante" da banda bahiana de rock Dr. Cascadura (ou, simplesmente, Cascadura). Esta música, com a característica das bandas de rock que cuidam da harmonia, da letra, do uso criativo dos instrumentos, fala do conto da carochinha "João e o pé de feijão". Bem, para aqueles curiosos, será muito fácil achar as músicas citadas tanto no orkut, quanto no 4shared ou no seu downloader favorito.

É incrível como a Bahia é rica nesse tipo de coisa. Estórias da carochinha, influências de outros países, da História entre tantos tipos de influência que possam existir. Mas, como uma pessoa que gosta de música criativa - e não repetitiva - não escondo minha preferência pelo rock e um certo "desprezo" pelo axé, samba, pagode feitos dessa forma. Há, claro, o axé, pagode e samba bons. Gosto de algumas coisas desses estilos, inclusive, provenientes da Bahia. Mas olha como as estórias da carochinha, ou dos contos de fada são tratados no axé, samba e pagode da Bahia. E o que falar da influência árabe? "Vai buscar Dalila, vai buscar Dalila "ligêru", "ligêru", "ligêru", "ligêru" etc... (isso mesmo: etc e reticências juntos).

Ah! Lembrei agora de outro detalhe: para aqueles que conhecem Salvador, o que dizer do fato que o Shopping Piedade fica na Lapa e o Shopping Lapa fica na Piedade?

E o que dizer ainda do fato de que, só porque morreu um cara aê, tascaram o nome dele em tudo. Uma cidade virou ele, o aeroporto 2 de Julho virou ele (2 de julho é a data da independência "na" Bahia). Todos os centros de atendimento ao cidadão viraram ele. Os fóruns de cada cidade viraram ele. Praças, ruas, prédios... e tudo isso aconteceu da noite pro dia imediatamente após a tarde em que o cara morreu.

E alguns de nós, bahianos, ainda reclamamos de um outro bahiano que jogou na nossa cara, nas redes de tv, que bahiano só consegue tocar berimbau porque tem 1 corda só. Ele só era  reitor ou coisa assim da UFBA!

Tem mais. Todo dia nos deparamos com coisas que dizemos "só na Bahia!". Mas estou com sono. Enferrujado por ter abandonado o blog por quase 2 meses. Meio sem assunto. Com a minha parabólica quebrada. Com dificuldade de recepção nos canais da cidade e com a internet rodando a 30 kbps.

Desgraça demais pra uma pessoa só não é?

Então é isso: vou dormir e esquecer da TV, da internet, da Bahia, de mim e da garrafa de vodka que eu entornei e nem me deu um pouco de brilho. Devia ter bebido alguma cachaça da Bahia...