DE QUE VALE?

Eu não sei como cheguei lá.
De repente, eu estava na quadra da escola e eles me informavam que a missão estava cumprida.
E eu disse NÃO! Quero continuar aqui. E eles apareceram no meio daquela festinha no terraço.
E questionaram sobre se valia a pena contiuar aqui.
E eu disse SIM!
Você está sendo descoberto.
Tudo bem. Acho que consigo manter isso até o fim.
Pode durar muito.
Tudo bem.
Vai perder tudo o que poderia ter?
Não aprenderam nada?
Vamos lhe mostrar em breve o que aprendemos.
Eu não sei como cheguei lá.
De repente, eu estava no morro do outro lado da cidade.
E no morro mais alto, os vi dando uma amostra do que aprenderam comigo.
E, de onde estava, vi o desespero e o fim de todos.
E, quando via meu fim se aproximar lentamente, pensava no "por quê" de tudo.
Então, eu ainda estava lá. Sentado numa cama. E todos também estavam. Alheios.
E eles me perguntaram. Entendeu?
Sim. Mas ainda fico.
Adeus.
Hoje estou aqui. Todos me acham estranho. Têm medo de mim. Nem sabem porque.
E todos que têm medo, também sentem que devem me proteger. Sem saber porque.
E todos veem que me temem e me amam. Sem uma explicação racional.
Eu sou seu fim. E estou desamparado. Entre todos.
A natureza que foi deixada pra trás ainda fala sussurrante em seus ouvidos. Revela o que é importante mas não praticável. Sua alma protetora é o que me acolhe e que os salva. Mas ainda assim, é indizível. Pra sua própria perpetuação.
E continuo aqui. Como todos. Sem os meus. Incitando a desconfiança natural. Aquecendo a proteção grata.
Fazendo o que todos fazem. Encenando o que todos precisam ver. Ainda que mal. Evitando o que nem sabem. Mas, não estarei aqui sempre. Nem há, ou haverão outros como eu. Entre os meus, não se comentem erros. Se aqui estou, tudo foi calculado. Ainda ensino sem ensinar. Ainda escuto, sem parar de falar. Ainda sinto compaixão sem ter como explicar. Ainda desejo voltar...

QUEIMEI A LÍNGUA!



No post de setembro de 2009, intitulado "fiquei viajando" (http://tastartoorian.blogspot.com/2009/09/fiquei-viajando.html), falei que os deputados não aprovariam a lei do "ficha limpa". Pois não é que queimei a língua? Nem só aprovaram, como o senado aprovou, como já há uma "pressão" por parte de algumas instituições, como a OAB, para que a lei entre em vigor já nessas próximas eleições.
Puxa, mas eu não queria mais falar de política nesse blog. Já tem gente boa demais fazendo isso. Mas, pra o blog não ficar pequeno demais ou sem nenhuma "tirada", vou escrever mais um pouco (kkkkkkk).
"Vale a pena ver de novo" o texto supracitado. Os comentários do pessoal também estão muito bem "colocados". Eu ainda sou um pouco como Quitéria, aquela égua do livro "A revolução dos bichos". Apesar dessa coisa fantástica que aconteceu no Brasil, que foi a aprovação dessa lei, o "resto" não mudou. Eu estou vendo essa lei passar com algumas "backdoors" - saída pelos fundos - pra que alguns políticos possam estar no poder ainda que já estejam, judicialmente falando, na merda.
Ainda penso que votamos em empresários. Principais interessados em manipular o poder legislativo e executivo em favor próprio. Ainda penso que a educação, cidadania, saúde, segurança e outras coisas da nossa vida continuarão prejudicadas por essa nossa cultura.
O que eu não consigo entender é que esses caras estejam dando esse "tiro no pé". Falta agora o poder judiciário não formar devidamente o tal "colegiado" pra tornar inelegível essas figuras em todas as infinitas oportunidades que eles vão dar. Com um pouco de grana, isso se consegue. Eu acho. No meu fantástico mundo isso acontece. Não sei aí no mundo real...
Porra, como eu gostaria que o Ricardo Boechat pudesse lembrar que falou que essa lei não passaria nunca e que me inspirou a escrever o post de setembro. Só pra ele me ajudar a fazer essa cara de besta que ando fazendo com esse revés do meu pessimismo.
Bem, essa lei já passou, será que agora teremos algum deputado federal que leve à frente aquela campanha que lancei aqui? O mundo real está tão fantástico, que é capaz de aparecer alguém que ache minha idéia boa de alguma forma. Pra quem não sabe do que estou falando, está aqui ó: (http://tastartoorian.blogspot.com/2009/08/precisa-se-de-um-deputado-federal.html). Na verdade, eu já ri muito, sozinho, imaginando alguma mulher mostrando a identidade cheia de orgulho, pensando: "se ele me achar feia eu processo!"
Eu gostaria na verdade de queimar a língua com outras coisas. Por exemplo: gostaria de não ter pedras nos rins; que as ruas de Gandu não fossem uma espécie de pista dos sonhos pra quem faz mountain bike; gostaria que a saúde em Ipiaú fosse referência (de algo bom, claro); que o axé, brega, pagode e samba da Bahia tivessem um pouco mais de "classe".

Só que isso não transformaria o meu mundo em fantástico: o tornaria o mundo dos sonhos.
Mas, começar com "vergonha na cara" na política já tá de bom tamanho...