EU, NORMAL!*

Com apenas Uma frase e duas cervejas divididas com meu amigo Guilherme, me descobri uma pessoa normal.


Até já penso em mudar algumas coisas no meu perfil aqui no blog por conta disso!


Então, este artigo, pra quem quer saber de notícias minhas, será algo realmente revelador.


Olha só como sou normal:


- Sou casado.


- Tenho uma filha.


- Estou planejando outro


- Tenho um carro e uma casa comprados à prestações infinitas.


- Minhas contas estão em dia.


- Estou me regrando no uso do cartão de crédito.


- Estou tentando sair do cheque especial.


- Pago aluguel.


- Tenho ajudantes em casa.


- Sou concursado na empresa em que trabalho.


- A maioria dos meus amigos é casado.


- Assisto futebol quartas, sábados e domingos num bar bebendo cerveja.


- Tenho pressão alta. Colesterol alto. Triglicerídios alto.


- Tenho que fazer exercícios físicos (a contragosto!)


- Minha alimentação está regrada (leia-se regime - a contragosto!).


- Fico em casa a semana toda, me permitindo apenas um dia na semana pra beber com alguns amigos (coisa que irrita muito minha esposa!).


- Acordo de madrugada pra dar a mamadeira pra minha filha (que não sabe ainda o que é dormir 6 horas seguidas).


- Tenho sido uma pessoa um poouco ranzinza.


Bem, como dá pra se perceber, é uma vida muito normal. Na prática, é isso: acordo, vou trabalhar, volto pra casa, durmo, acordo e repito tudo.


O interessante é que isso tem deixado muitas pessoas que nunca confiaram em mim, mais desconfiadas ainda. É um karma! Não importa o que eu faça, nem quantas vezes. Confiança é algo que não está no escript de ninguém pra me ser dado. E, uma das coisas que sempre me caracterizou foi nunca ter precisado disso. Acho que ainda é algo que me liga comigo mesmo: se as regras pra mim são mais duras, não jogo o jogo!


Mas ainda falta muito (na minha perspectiva) pra que eu me considere normal.


Falta gostar de axé, pagode, sertanejo, brega music, funk; falta "gostar" de assistir novela, TV Fama, Geraldo Brasil, Bocão, Varella, Casseta e Planeta, qualquer coisa no SBT ou na Record; falta ser filiado a partido político, ter uma religião definida; falta torcer pro flamengo ou pro corinthians (nem morta! Gosto do Bahia e do Vasco); falta ser micro empresário da herbalife, forever, digita brasil ou alguma pirâmide dessas; falta ter uma ou mais amantes (talvez minha esposa me prefira "doidinho"); falta ter algum vício ilícito como drogas, jogo, cigarro em ambiente fechado, destruir telefone público ou pixar paredes; falta ter TV por assinatura, internet banda larga, celular da moda, notebook; enfim, falta pouco...


O que me fez cair na real foi o fato de Guilherme dizer que ele tem estado muito "responsável", que tem que sair um pouco mais comigo (hã?!).


Bem, sei que meu encanto pessoal ainda está aqui, latente, ativo. Ainda faço coisas que surpreendem algumas pessoas (as que não me conhecem, claro. As que me conhecem, estão surpresas de tanta normalidade emanando de mim).


Tentei rir do que sou hoje. Não deu. Lembrei das maluquices que fazia . Além de rir um pouco, fiquei com uma boa saudade.


Às vezes, uso a cerveja como válvula de escape, às vezes esse blog.


Tenho sido bastante feliz. Até porque, a vida de uma pessoa normal é uma loucura!


Então, ninguém me venha com "xurumelas". Estou cumprindo (a contragosto) toda a ordem social, e só extravaso por onde é permitido.


E, se alguém tem algum "pé atrás" comigo, que enfie seu pé em seu próprio... sapato.


Mas, antes de mais nada, gostaria que uma pessoa que, porventura esteja lendo isso aqui, e que seja considerada normal pela maioria das outras pessoas (porcentagens abaixo de 1 não são relevantes), perceba como tem uma vida mais ou menos chata. Pouco interessante pra si próprio.


Eu moro numa cidade do interior e tenho mais informações sobre o mundo do que algumas pessoas que vivem em grandes centros, por isso posso contar estórias num blog.


Estou meio que "parado" no tempo e ainda assim se passam coisas bem doidas na minha cabeça sobre como as coisas poderiam ser, sobre algo que não foi percebido em outro algo do mundo.


Enfim, estou curtindo bastante ser assim, híbrido entre doido e normal.


É minha forma de me ver. Talvez, em algum momento, eu lance aqui um artigo complementar a este expondo a forma como eu acho que os outros me vêem (dúvida: no novo código, esse "vêem" tem ou não tem acento?) e talvez mais um sobre como eu acho que os outros vêem a si próprios e como vêem ao mundo.


É só esperar...


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PS.: é claro que eu sei que não tem o circunflexo, vi na globo! (viu como sou normal?)


PS.²: o asterisco no título é pra lembrar de uma alusão a um famoso livro de Isaac Asimov: "Eu, Robot" (viu como num dá pra confiar em minha normalidade?).

1 ANO DE BLOG


Olá a todos.
Há pouco mais de um ano, alguns amigos me encheram a paciência no intuito de que eu escrevesse algo aqui pra que eles dessem risada da minha cara. Alguns exemplos: Caíque, Thiago e Nestor (da banda Los Marianas).
Dois professores me pediram o mesmo, argumentando que havia algo em meus pensamentos que são preciosos para a humanidade. Foram o Professor Tatai (Edvaldo Santiago) de Ipiaú e Sávio Rosa, que foi meu professor na faculdade.
Minha família diz que sou maluco. Acho que a maioria dos que não são parentes acham o mesmo.
Marcelo Martins, um colega de viagens no ônibus da faculdade, escreveu uma vez que eu sou uma pessoa que brinca com seriedade e é sério brincando.
Bem, essas pessoas me fizeram ter uma uma série de idéias sobre o que fazer e, prontamente, deixei de lado todas elas (as idéias, claro).
Mas chegou um momento em que algo me obrigou a escrever. Talvez o tédio de morar e trabalhar no interior da bahia enquanto parentes, amigos e professores rodavam o mundo. Talvez qualquer coisa outra. Não sei...
Então veio o Blog. E veio a concepção de como seria esse blog.
Segundo Fagner, tenho uma forma muito diferente de ver e interpretar o mundo. Até me pediu que escrevesse algo pra revista dele, a "Segunda Leitura". Escrevi e até gostei.
Houve também um primeiro contato com uma "coluna" em um site de internet: o provedor de acesso à internet em Ipiaú. Escrevi pra Dutinho alguma coisa. Teve uma coisa que escrevi que até chamou a atenção de algumas pessoas.
Então decidi que iria seguir exatamente isso:
Ser sério brincando e brincar com seriedade; escrever algo que pudesse chamar a atenção das pessoas; por pra fora meu jeito diferente de ver e interpretar o mundo; fazer os leitores rirem; não decepcionar quem me acha maluco.
Do desenho animado "O Fantástico mundo de Bob", plagiei um nome pro meu blog.
Das reminiscências do curso de filosofia criei o primeiro "post".
De tudo que fala-se ou pensa-se da minha pessoa, criei o perfil do blog.
Já tenho um novo post pronto há mais de 3 meses. Mas, depois de escrevê-lo, vi que não era a hora de publicá-lo. Acho que a hora é agora. Ao completar 1 ano de blog.
À meia noite do horário da Bahia, publicarei o texto. Uma espécie de auto-crítica. Crítica essa a mim e ao Blog. Acho que vou mudar algumas coisas no blog também. Não sei...
Mas, espero que esse 1 ano e pouco mais de 15 posts, eu tenha conseguido algumas risadas, algumas exclamações tipo "ele é louco!", alguns reconhecimentos de que contribuí de alguma forma pra alguma coisa e, mais do que tudo isso, que as pessoas que um dia leram seja lá o que for aqui, queiram que esse blog continue. Até porque, morar no interior, sem cinema, teatro, coisas diversas que façam a minha mente ter idéias, faz com que minha produção aqui seja ínfima. Mas, como não tow ganhando dinheiro com isso, dane-se a produção, a regularidade. Esse blog não tem metas e prazos a cumprir, nem satisfações a dar.
Apenas faz com que algumas pessoas saibam que ainda estou em algum lugar do mundo sendo o Patrício que elas conheceram. Até a meia noite então...

Dói, um tapinha não dói... (Só um tapinha!)

Vi na TV que nossos representantes legítimos, estão votando um projeto que torna crime dar a famosa "palmadinha" numa criança.
Antes de mais nada, não conheço o projeto. Mas esse não é um blog de um especialista pago pra escrever pra alguma grande empresa da comunicação, por isso, me sinto à vontade pra escrever sobre o que eu quiser, usando minha imaginação do jeito que eu quiser. Independente do que qualquer um venha a pensar sobre o que aqui está.
Bem, isto posto:
O interessante é que sou pai há 1 ano e nove meses. Eu estava pensando: "e se minha guria aprontar alguma, levar a bronca que ela merece, repetir o erro conscientemente e levar um castigo e, desdenhando da minha autoridade paterna, faça novamente o mal-feito? O Paulo Massaranduba diria (e eu prontamente concordaria!): "- Vai levar porrada!"
É isso aí. Agora, vamos imaginar que a fiscalização no Brasil seja de tal forma eficiente que faça com que essa lei seja cumprida à risca (como aquela que prende quem não paga pensão alimentícia - diria o Romário), então eu iria ser preso! Processado! E por minha própria filha!
Mas, e quem iria educá-la? Como ela iria escolher não fazer coisas erradas se soubesse que não teria a devida punição?
Bem, são questionamentos de uma pessoa que, quando criança, aprontou e apanhou. E que cresceu e reproduziu, passou da idade onde os seres humanos de sexo masculino, em geral, morrem por causas violentas e sem quebrar um único osso!
E olha que meus pais talvez nunca tenham escutado falar ou lido sobre Vygotsky, Wallon, Piaget e outros. Passei pela adolescência e nem fui mandado a nenhum psicólogo, muito embora, todos na minha família afirmem em tom jocoso que eu precise muito disso até hoje.
Bem, se alguém que fez esse projeto de lei leu o livro freakonomics (Steven Levitt e Stephen J. Dubner), vai ver que essas leis muito loucas levam a resultados mais muito loucos ainda.
Então, provavelmente vocês até já imaginam no que vai dar toda uma geração de jovens que sabiam que não poderiam ser castigados pelos pais de forma mais "contundente", se eles disso precisarem.
Voltando ao centro da questão: acho que, na minha particular opinião, misturar Vygotsky, Wallon e todos esses tipos de "prosa ruim", com a sabedoria pedagógica dos nossos pais e avós não dá em um mau resultado, já que isso vai respeitar bem mais a cultura de cada local.
Acho, ainda, que essa massa de políticos inúteis, incompetentes, corruptos e outra infinitas qualidades que percebemos diariamente neles a cada jornal que vemos, lemos ou escutamos, foi falta de porrada dos pais e, talvez, avós mais severos com os próprios pais deles.
Estamos precisando, na verdade, é que os projetos de lei sejam aqueles que levaram uma certa porcentagem de brasileiros a eleger algum infeliz. Mas o que acontece realmente, é que esse infeliz nos aparece com mais um imposto ou escândalo.
Enquanto isso, Larissa me levou algumas palmadas. Simbólicas. Fizeram ela lembrar a resposta à pergunta "por que devo obedecer à voz do meu pai?". Não me venham com essa conversa de que doeu mais em mim do que nela porque não "rolou" isso não!
O que espera-se, de um pai e uma mãe que conhecem as teorias de uma pá de estrangeiros que entendem muito de nossas crianças, realidades e tudo o mais, é que esses pais estejam fazendo isso com a consciência de que a dor de uma palmada num filho hoje, evite a dor da perda desse filho amanhã...
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P.S.: O meu amigo Thiagão fez um comentário na postagem "Um clichê que eu queria ver" muito interessante. Ele reproduziu o que eu escrevi e mudou a última linha para "ENTREVISTADO: Não. Porque dessa vez eu acertaria a faca no pescoço!". Praqueles que não entenderam, seja lá pelo motivo que for, o que acontece é que uma professora, revoltada com mais uma promessa não cumprida por um político, saiu de sua cidade a quase 400 Km de Saldavor e deu uma facada nesse político: ACM Neto. O que pensar disso? 3 coisas em especial: 1º - ele é uma espécie de "cara nova da política" (e já usando técnica antiga, como eu escrevi aí em cima); 2º - Se virasse moda esse negócio de darmos algum tipo de "palmada" em todo o político que fizesse merda, provavelmente já seríamos os imperadores do universo, pena que os humoristas são unânimes em dizer sobre nós: "eita povinho bunda"; 3º - a professora é considerada "doida", mas fez o que todo brasileiro gostaria de fazer, inclusive no político em quem votou.
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E o final feliz agora: ACM Neto cicatrizou e não deu mostras de ter aprendido com o acontecimento, a não ser, talvez, que deve se vingar de todo mundo da cidade que "produziu" sua algoz: Ipiaú...
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E o "final do diretor": eu não disse que uma lei maluca produz um resultado posterior mais maluco ainda? Então, se tivessem feito com que só pessoas formadas em Comunicação pudessem escrever esse tipo de coisa, eu não estaria aqui dando trabalho pra opinião pública!