FIQUEI VIAJANDO

Vi agora na TV uma matéria sobre um projeto popular que pede pela ética na política. Coisa assim, tipo, alguém que tenha algum tipo de processo em andamento não pode se candidatar e tal. O Ricardo Boechat disse "Aqui entre nós, a possibilidade de deputados e senadores aprovarem uma lei contra eles mesmos é nula!". Claro! Na verdade, uma das 1 milhão e tantas assinaturas desse projeto é minha. Já havia pensado nisso. Mas, como eu não pagava pra assinar, assinei.
Mas fiquei viajando no seguinte:
Nós votamos em empresários. S E M P R E !
Se votássemos em trabalhadores "mesmo", acho que os projetos de lei seriam feitos, votados, aprovados ou não, tendo em vista o que esse parlamentar vê no seu próprio trabalho. E os outros "emendariam" a lei com as suas visões particulares do seu trabalho. Leis contra os trabalhadores é que teriam possibilidade nula de passarem. Leis que ATRAPALHAM os trabalhadores de ter dinheiro, saúde, segurança e educação iriam pra gaveta.
Imaginei outra coisa: não se poderia votar em pessoas que tivessem seus filhos em escolas particulares! Já imaginou o salto que a educação no Brasil iria ter? Mas claro! Se meu filho tem que estar numa escola pública pra eu ser legislador, que a escola pública dele então tenha cara e qualidade de escola particular! E olha nossa educação melhorando...
Agora imaginem como seria um final terminando em pizza, quando todos os nossos legisladores chocassem o país com a derrubada de uma lei que dissesse: "não haverá tarifas bancárias, pagamento de assinatura de telefone", entre outras coisas. Até porque, eu não imagino a necessidade de "pagar pra pagar" por um serviço. É verdade!!!! Nós pagamos pra ter uma conta bancária, pagamos pra usar o cartãozinho que deveria ser um direito garantido pela primeira cobrança, já que só há como administrar a conta com esse tal cartãozinho, entre outras cobranças que arcamos pra continuar a pagar pela conta. E o telefone? Você paga pra ter o serviço, paga porque usou o serviço, paga porque instalaram o serviço e ainda paga porque ultrapassou o uso do serviço e mais ainda: tem uma lista de serviços que você pode pagar pra ter opcionalmente, como o identificador de chamadas, internet etc e tal (mas não eram pra já estar incluídos?).
Agora pense aê, uma "ruma de orêa seca", sendo vereador, deputado estadual, federal e senador. Todos eles gente idônea, trabalhadores no serviço público, com seus filhos em escolas públicas e tudo mais. Que tipo de abusos financeiros, educacionais, nas áreas da saúde e segurança esse povão pobre do Brasil teria? Talvez muitos. Mas, com certeza, não tantos como hoje. E, claro, com o tempo diminuiriam em velocidade maior que atualmente.
Inclusive, tenho em mente que, quem tem muito dinheiro, não precisa tanto assim dos políticos atuais. Estão "cagando" pra eles. Votam neles apenas pra terem mais alguma vantagem pessoal. Ou pra suas empresas. Mas precisar, precisar...
Esse povinho bem rico do Brasil, têm ótimas escolas pros filhos; na maioria das vezes até dispensam ter plano de saúde (em geral, se consultam e se tratam no exterior, se lixando pra saúde no Brasil todo); têm seguranças particulares (se lixando pra PM, já que, numa necessidade maior, só as forças táticas, especializadas, departamentos de inteligência é que defendem eles); comem "alimentos orgânicos produzidos na Argentina", se lixam pra higiene dos centros de abastecimento; têm tanto dinheiro circulando em todo o sistema financeiro mundial, que os bancos DISPENSAM as tarifas deles, porque têm um "nível de relacionamento" que lhes dá a isenção como prêmio.
Bem, talvez uma ruma de gente idônea dominando TOTALMENTE a política nacional faria com que mudanças acontececem social-economicamente "de baixo pra cima"...
Mas só talvez. Desde a França e a revolução deles, não dá pra acreditar que algo como esse meu devaneio aconteça nunca.
Mas é isso aí. Deus é brasileiro. Sarney, Lula e Collor são correligionários, legisladores e executadores das mesmas coisas. A maioria de quem leu essa maluquice nem lembra em quem votou pra vereador, imagine pra deputados diversos. E não ter memória é uma bênção que só um deus brasileiro pode conceder. E vamos ser felizes assim até o juízo final: reclamando da vida...

UM CLICHÊ QUE EU QUERIA VER:

ENTREVISTADOR: Você acha que esse tempo preso lhe tornou uma pessoa melhor?
ENTREVISTADO: Sim. Com certeza.
ENTREVISTADOR: Você faria de novo o que fez?
ENTREVISTADO: Não.
ENTREVISTADOR: Por arrependimento?
ENTREVISTADO: Não. Porque dessa vez eu acertaria os dois sapatos!

OBSTÁCULO

Se a fotografasse, revelaria um anjo com uma luz de dar inveja ao próprio Lucifer.
Ela veio a este mundo com uma missão que nem mesmo lhe foi revelada.
Depois de vencer uma determinada barreira, ela mesma saberia. Intuiria.
Seu objetivo lhe apareceu. Ela o reconheceu. Mas a dificuldade era muito maior do que o previsto.
Sua vinda ao mundo pra cumprir esta missão fora equivocada. Agora era tarde: iria tentar. Iria destruir obstáculos. Conseguir não importava. Era sua missão. Era o objetivo de sua vida.
Sabia que a principal dificuldade fora imposta por si própria: chegara tarde.
Além de tudo, iria enfrentar leis, costumes. Os que já existiam, os que criou pra si e os que possuia aquele por quem vivia.
Começou tentando mudar-se. Acabou desistindo de si. Tentou mudar o mundo. Desistiu do mundo. E, num acesso de coragem, burlou obstáculos, ignorou regras, jogou sujo e desistiu de jogar. Criminosamente conseguiu um pouco do que viera buscar neste mundo.
Neste momento, intuiu finalmente que o maior desafio estava vencido.
Deveria voltar. Esperar. Retornar.
Teria tudo sim. Daria tudo sim. Mas nada fora equivocado.
Essa era a vida do desafio. Viria a vida da felicidade ainda...