COISAS DA BAHIA...

Neste exato momento, está passando na tv um show com a banda Pisirico (nem sei se o nome da banda escreve assim - nem tô a fim de saber) e Ivete Sangalo. Enquanto escrevo este post, estão tocando uma música onde se repete o tempo todo (característica única das músicas desse estilo na Bahia) o verso "vou te comer, vou te comer, vou te comer, vou te comer" (é isso mesmo: como se não bastasse que cada verso é repetido centenas de vezes, o próprio verso é composto de palavras repetidas). Bem, me parece, que a música (?) é inspirada no conto da carochinha da Chapeuzinho Vermelho. Em contra-partida, me lembrei automaticamente da música "Gigante" da banda bahiana de rock Dr. Cascadura (ou, simplesmente, Cascadura). Esta música, com a característica das bandas de rock que cuidam da harmonia, da letra, do uso criativo dos instrumentos, fala do conto da carochinha "João e o pé de feijão". Bem, para aqueles curiosos, será muito fácil achar as músicas citadas tanto no orkut, quanto no 4shared ou no seu downloader favorito.
É incrível como a Bahia é rica nesse tipo de coisa. Estórias da carochinha, influências de outros países, da História entre tantos tipos de influência que possam existir. Mas, como uma pessoa que gosta de música criativa - e não repetitiva - não escondo minha preferência pelo rock e um certo "desprezo" pelo axé, samba, pagode feitos dessa forma. Há, claro, o axé, pagode e samba bons. Gosto de algumas coisas desses estilos, inclusive, provenientes da Bahia. Mas olha como as estórias da carochinha, ou dos contos de fada são tratados no axé, samba e pagode da Bahia. E o que falar da influência árabe? "Vai buscar Dalila, vai buscar Dalila "ligêru", "ligêru", "ligêru", "ligêru" etc... (isso mesmo: etc e reticências juntos).
Ah! Lembrei agora de outro detalhe: para aqueles que conhecem Salvador, o que dizer do fato que o Shopping Piedade fica na Lapa e o Shopping Lapa fica na Piedade?
E o que dizer ainda do fato de que, só porque morreu um cara aê, tascaram o nome dele em tudo. Uma cidade virou ele, o aeroporto 2 de Julho virou ele (2 de julho é a data da independência "na" Bahia). Todos os centros de atendimento ao cidadão viraram ele. Os fóruns de cada cidade viraram ele. Praças, ruas, prédios... e tudo isso aconteceu da noite pro dia imediatamente após a tarde em que o cara morreu.
E alguns de nós, bahianos, ainda reclamamos de um outro bahiano que jogou na nossa cara, nas redes de tv, que bahiano só consegue tocar berimbau porque tem 1 corda só. Ele só era  reitor ou coisa assim da UFBA!
Tem mais. Todo dia nos deparamos com coisas que dizemos "só na Bahia!". Mas estou com sono. Enferrujado por ter abandonado o blog por quase 2 meses. Meio sem assunto. Com a minha parabólica quebrada. Com dificuldade de recepção nos canais da cidade e com a internet rodando a 30 kbps.
Desgraça demais pra uma pessoa só não é?
Então é isso: vou dormir e esquecer da TV, da internet, da Bahia, de mim e da garrafa de vodka que eu entornei e nem me deu um pouco de brilho. Devia ter bebido alguma cachaça da Bahia...