O 1º TAPA

[Não començou ainda...]
-Essa é uma lembrança do favor que vc me fez: um fininho... vc merece... dessa solta aqui, nunca imaginei que fosse ganhar no meu aniversário... que cheiro... a onda então... não passa...
[Tá perto de começar...]

-Véi! é um fininho de maconha! Eu sempre tive vontade de saber como é que é fumar maconha!
-Vou fumar porque... foi um presente de uma aniversariante... não porque tenho vontade...
[Ah tá! Só os outros que têm vontade de experimentar essa porra.]
-Véi, vamufumaíssohoje?
-Tu sabe fazer o cigarro?
-Não. E tu?
-Também não.
-Então coméquetuquéfumáessaporragora?
-Chama aquele teu amigo muito doido!
-Ow véi, tow com um "beque" aqui, chega aí pra gente jogar ele no chão. nada pow... tow pertinho daí. na pracinha dos bares...
-E aê bando de cabaço! Querendo fumar maconha é?
-Falabaixofeladaputa!
-Tão no saci é?
-Vamo andando q eu vou fechando, depois a gente acende e joga na cabeça...
[Nem fumaram e já estão de saci...]
-Vamos andando que a gente acha um lugar bom pra fazer o cigarro.
-Você não fez o cigarro ainda?
-Rapaz, é que a galera vai fumar lá em casa e já leva tudo pronto. Aí eu não peguei a prática.
-Porra, tow achando que você é maconheiro de primeira viagem.
-Sacaneou. Trocadilho escroto esse seu...
-E nem fumei ainda...
[alguns quilômetros depois]
-Ali, na frente daquele galpão. Tá beleza ali.
-Rapaz, logo na frente do galpão? tem gente vigiando ali. Vão ver a gente!
[O que mais tinha vontade de fumar a primeira vez era o que tinha o maior saci precoce]
-Então vamos na direção daquele poste que tá apagado!
*PLIM* [O poste acendeu]
-Olha! é um sinal! Isso quer dizer que não devemos fumar esse beque!
- Que nada! É o vigilante do galpão!
-KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
-Ri baixo caraio!
-É! o vigilante vai ouvir e chamar a polícia!
-KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
-Vamos praquele poste de lá que tá apagado!
*PLIM* [Esse novo poste também acendeu - do nada]
-Eu não disse? É um sinal! Não devemos fumar essa maconha!
-Que nada! É o vigilante do galpão! Ele tem o controle das luzes da iluminação pública aqui por perto!
[Vigilante com controle da ilumição pública????]
-KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
-Fica quieto porra!
- Quer que todo mundo veja nós três aqui é?
-Rapaz, é melhor a gente num fumar isso hoje, deixa pra amanhã. eu guardo o beque!
[Espertinho... Queria o fininho só pra ele]
-KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
-Olhe, vamos andar mais um pouco e fumar logo essa porra!
[3 Km e meio depois - e isso não é um exagero!]
-Porra, só agora esse cara parou de rir?
-Já apertou? Tá falando muito e apertando de menos!
-É isso mesmo, só fica falando do riso histérico dos outros!
[E nem fumaram nada ainda!]
-Tem fogo?
-Rapaz, achei que tinha...
-Que porra de maconheiro e fumante de careta é você que não trás nem fogo??
-Calma, tá aqui... só foi pra dar um suspense!
-Suspense quase cinco quilômetro fora da cidade?
-Numa B.R., com os carros passando o farol alto "na gente" o tempo todo? Vá se fuder!
-Não fique nervoso pra não ter uma "bad trip"... Vai por mim...
[Acenderam. Fumaram. Acabou em dois tapinhas de cada um dos novatos. Cinco do cara mais experiente (em fumar). Levaram 8 Km andando pra acender um fininho e 3 minutos matando ele!]
-Vamo voltar agora né?
[O cara continuou no saci em que estava desde antes de fumar]
-Porra, agora que eu vim me dar conta como a gente andou pra caralho!
[Já não ria mais... E, depois de andarem e andarem e andarem, finalmente chegaram, à primeira parte urbanizada da cidade]
-Quero muito beber água!
-Quero mais que tudo beber água!
-Matava e morria por um cigarrinho!
-Fuma aquele Marlboro alí ó...
[Era uma grande calha, saindo da parede de uma contrução, parecia mesmo um cigarrão, já que uma das pontas do cano branco era pintado de laranja. Parecia mesmo um cigarro. Que viagem louca desses caras!]
-Vá se fudê! Vá se fudê! A gente aqui se fudendo, cheio de necessidades e esse maluco acha uma porra desse tamanho pra chamar logo de Marlboro!! Vá se fudê...
-KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
- Preciso muito de água
[três horas e meia depois, chegaram à pracinha de onde tinham partido (três horas e meia após começarem a voltar!)]
-Pow, essa é a cerveja mais gostosa que já bebi.
-Eu queria outro beck!
-kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
[Começaram a conversar e achar que as frases que pronunciavam eram as coisas mais filosóficas, inteligentes e publicáveis do mundo, até que...]
-Véi, temos que anotar isso que estamos falando. Estamos muito inteligentes. Cada coisa que estamos falando aqui nesse momento nunca foi falado por ninguém.
-É! Temos que anotar!
-Vou pegar uma caneta e guardanapo!
[Mais uma cerveja...]
-Pronto!
-O que é isso?
-Uma caneta!
- Pra escrever onde?
- No guardanapo!
-Escrever o quê?
-O que a gente tava falando!
-E a gente tava falando o QUÊ?
-Sei lá!
-Fala aê!
-Pow, eu só fui buscar a caneta...
-Ah, fudeu...
[Esqueceram tudo. O dono do bar lhes levou um papelzinho anotado com a conta, pra que eles não esquecessem. Pagaram. Foram embora. Um ex-cabaço nunca mais teve coragem de tentar. O outro ex-cabaço dizia a todos (curtindo um saci eterno), que nunca havia experimentado (safadinho!), mas continuou nessa vida. O outro (experiente? duvido!) não lembrava nada que se passou com ele naqueles 6 meses -antes e depois- do dia em que desvirginou dois caretas...]

A T E N Ç Ã O
Nenhum dos "fatos" narrados aqui tem correspondência com qualquer estória que, porventura, já tenha acontecido. Ou seja: qualquer semelhança com "fatos" reais, "é" uma merda de coincidência. Resumindo: ...
Esqueci qual era o resumo...