Uma estória de amor (?)

Aí eu cheguei em Salvador. Carnaval efervecendo. Eu ainda usava óculos. Aquela gatinha ainda morava lá perto. Sabe como que é, né? Carnaval, eu com 18 anos e aquela gatinha lá. Chegou o "galerão" de família e amigos. Ainda bem que quase todos estavam com suas respectivas acompanhantes. Aqueles que não estavam, talvez as tivessem. Mas sabe como é né? Carnaval...

Então foi aquela festa, tanta gente numa casa tão pequena. todos felizes, todos se divertiam, chegou a noite e partimos pra avenida. Então, logo ela, aquela gatinha, disse pra mim: -Vai sem o óculos. é melhor. E eu respondi: - Eu nem sei sair da cama pro guarda-roupa sem óculos. Como que você quer que eu vá pro meio do carnaval de Salvador sem esse "tróço"?

-Eu te levo.

(Beleza! Adeus óculos)

Então fomos nós dois. De braços dados, pra não nos perdermos dos outros. E a miséra desembestou a falar que estava a fim do namorado de uma das pessoas que estava lá na casa.
(Porra! Essa desgraça tá pensando que eu sou a melhor amiga dela é? Eu aqui doido pra "passar ela pra história", e ela me contando que está a fim do cara lá)
Depois disso, claro que me retraí. Não tive coragem de colocar meu plano de conquista em prática. Resolvi que iria tentar sair sozinho pelas ruas atrás do bloco do Olodum, que passou "arrebentando". Marquei entre as névoas, aquelas que eu reconheceria como pontos de orientação e "me saí".
Curti o Olodum e mais algumas bandas. até que resolvi que era hora de beber alguma coisa. (Muito álcool. Pra esquecer que a maluca estava doidinha pra pegar o namorado de outra menina.) Carnaval... sabe como é né...
Então me embriaguei, até que não aguentei mais e fiquei sentado lá no chão do bar, um pouco afastado de todos, mas protegido do movimento das pessoas.
Então o grande lance aconteceu: duas mulheres lindas, fantasiadas com pouca coisa que cobrisse seus corpos, entraram no bar e começaram a dar um show de dança. Até eu que estava bêbado, sentado no chão, já pensando em dormir, me alertei. Uma delas, a morena (a outra era loira) veio em minha direção e começou a rebolar bem perto da minha cara. Era demais pra mim. Foi minha vez de ficar doidinho. Uma gata daquelas "se jogando" em mim? Bem, como era carnaval, fui com toda avidez com minhas mãos aos peitos dela e peguei em... madeira? Mas que porra tá acontecendo aqui? Quando me dei conta do que "realmente era" aquela mulher linda, todos já riam de mim. Ah, merda! É carnaval mesmo...
Antes que eu pudesse me recolher ao canto da parede de novo, percebi a menina dos meus sonhos (naquele carnaval) perguntando onde estava o fulano. Alguém respondeu que ele tinha ido ao banheiro. E a percebi indo na direção do banheiro, que ficava no segundo andar do prédio onde o bar estava instalado. Percebi também que a "loira", parceira da morena tinha sumido.
Em poucos minutos, a minha "amada" apareceu nervosa, me pegou do chão e me arrastou pelo mar de pessoas até a Praça da Piedade (logo pra lá?) e me contou que havia flagrado "o alvo dela brincando de Lego com O Loira".
Bem, a conversa se espalhou e deu em separação do casal original. O cara assumiu a homossexualidade. A gatinha acabou casando alguns anos depois. E eu aprendi a ir pro carnaval de óculos...

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Jota Fagner disse...

Se uma história dessas fosse contada por outra pessoa ficaria difícil, mas contigo tudo é possível...

THIAGÔNICO! disse...

resposta clássica:
"Isso é coisa de bichooooona!"

Unknown disse...

Uma linda estória de amor com ou sem o óculos, num clima de "não me leve a mal, hoje é carnaval"
rsrs