Ali estavam. Olho no olho. Frente a frente. E a Nuvem de poeira se interpôs. Como sempre!
Turvou-lhe a visão. Secou-lhe a garganta. Dificultou-lhe a respiração. Impossibilitou-lhe a palavra.
A fuga era mecânica: procurar com os olhos o chão que a nuvem de poeira retirou dos seus pés.
O velho sorriso amarelo. Resignado. Os devaneios indicavam qual realidade não era vivida. Porém desejada.
Além da nuvem, adivinhava a vontade correspondida transformando-se em decepção.
Sua própria vontade transformando-se em acomodação.
Era sempre assim. Mais uma oportunidade se perderia. Por uma nuvem de poeira que acompanhava-lhe desde que cruzou o primeiro olhar.
E o devaneio encontrou o desespero. E o desespero encontrou a coragem. A coragem transformou o devaneio em palavras, endurecidas num papel. E o papel seria o melhor transporte através da nuvem de poeira.
E as palavras agora devaneavam com "a" mão certa que as resgatariam de onde seu transporte amassado as levaram. E que nunca viria...